Alterações oculares decorrentes de picada de abelha na córnea / Ocular changes due to corneal bee sting

RESUMO O propósito deste estudo foi reportar as alterações oculares observadas após picada de abelha com ferrão retido na córnea. Destacamos o tratamento e o desfecho de uma lesão de córnea incomum e sua patogênese. Trata-se de relato de caso e revisão da literatura de lesões oculares por picada de abelha. Paciente do sexo feminino, 63 anos, procurou atendimento oftalmológico de urgência devido à picada de abelha na córnea do olho direito há 6 dias. Queixava-se de embaçamento visual, dor e hiperemia ocular. Apresentou acuidade visual de vultos no olho afetado. Ao exame, notaram-se hiperemia moderada de conjuntiva bulbar, edema corneano com dobras de Descemet e presença do ferrão alojado na região temporal, no estroma profundo da córnea. A paciente foi internada para ser abordada no centro cirúrgico sob anestesia geral. Durante a cirurgia, o ferrão teve que ser retirado via câmara anterior, mediante a realização de uma paracentese e uma lavagem da câmara anterior, com dupla via e solução salina balanceada. Ainda não existe na literatura um tratamento padrão na abordagem de pacientes com lesões oculares por picada de abelha, sendo importantes a identificação e o reconhecimento precoce de possíveis complicações que ameacem a visão.

ABSTRACT The purpose of this study was to report the ocular changes observed after a bee sting with a stinger retained in the cornea. We show the treatment and outcome of an unusual corneal injury and its pathogenesis. This is a case report and literature review of ocular injuries caused by bee stings. A 63-year-old female patient sought emergency ophthalmic care because of a bee sting on the cornea of her right eye six days before. She complained of blurred vision, pain, and ocular hyperemia. She had glare sensitivity on visual acuity in the affected eye. Examination revealed moderate hyperemia of the bulbar conjunctiva, corneal edema with Descemet's folds and a stinger lodged in the temporal region, in the deep stroma of the cornea. The patient was admitted to the operating room under general anesthesia. During surgery, the stinger had to be removed via the anterior chamber, by performing a paracentesis and washing the anterior chamber with a double flushing and balanced saline solution. There is still no standard treatment in the literature for patients with eye injuries caused by bee stings, and early identification and recognition of possible sight-threatening complications is important.

Bee sting of the cornea: case report / Picadura de abeja en la córnea: informe de un caso

Bee stings of the eye are uncommon entities and ocular reactions to the bee venom are wide, ranging from mild conjunctivitis to sudden vision loss. We present the case of a patient who suffered a bee sting of the cornea and the response to the poison components. We go through the bee venom properties, its actual treatment, and propose a new management alternative.

Las picaduras de abeja en el ojo son entidades poco comunes y las reacciones oculares al veneno de abeja son amplias, pues van desde una leve conjuntivitis hasta la pérdida aguda de la visión. Se presenta el caso de un paciente que sufrió la picadura de una abeja en la córnea y la respuesta frente a los componentes de este veneno. Se realizó una revisión de las propiedades del veneno de abeja, su tratamiento actual y se propone una nueva alternativa de manejo.

Floor of the nose mucosa lysis and labial abscess caused by a bee sting

Hymenoptera order includes bees, which have a stinging apparatus at the tail capable of delivering venom to the affected tissues. Myocardial infarction, acute renal failure, Necrotizing fasciitis, fatal infection and hemifacial asymmetry, are some of the unusual reactions reported following hymenoptera stings. This paper reports a case of bee sting in the right floor of the nose that mimicked an odontogenic infection affecting the upper lip, canine space and nasal cavity such as in cases of infection secondary to pulpal or periodontal pathology of the anterior teeth. After a thorough clinical and radiographic examination, odontogenic infection was discarded and the diagnosis of floor of the nose mucosal lysis and lip abscess secondary to a bee sting was made. This case was successfully managed with adequate incision, drainage and antibiotics without any further complication. There are several reports of unusual reactions following hymenoptera stings. However, just a few of them referred to infections of local reactions and none of them related to the anatomic location affected in the patient of the present case. Early diagnosis and treatment prevented infection dissemination and the likelihood of tissue necrosis as in previously reported cases of Necrotizing fasciitis.

A ordem das himenópteras inclui abelhas, que possuem um ferrão na cauda capaz de de injetar veneno nos tecidos afetados. Fasciite necrosante, infecção fatal e assimetria hemifacial são algumas das reações incomuns relatadas após picada de himenópteras. Este estudo relata um caso de picada de abelha no assoalho da narina direita que simulou uma infecção odontogênica atingindo o lábio superior, o espaço canino e a cavidade nasal, como observado nos casos de infecção secundária após patologia pulpar ou periodontal dos dentes anteriores. Após completo exame clínico e radiográfico, foi descartada a hipótese de infecção odontogênica e foi estabelecido o diagnóstico de lise da mucosa do assoalho da narina e abscesso do lábio, após picada de abelha. Este caso foi tratado com sucesso com adequada incisão, drenagem e administração de antibióticos, sem outras complicações. Há vários relatos de reações incomuns resultantes de picada de himenópteras, porém poucos são relativos a infecções locais e nenhum se refere à localização anatômica afetada no paciente do caso aqui relatado. Diagnóstico e tratamento precoces preveniram a disseminação da infecção e a possibilidade de necrose tecidual, como já relatado em casos de fasciite necrosante.

A New Onset of Systemic Lupus Erythematosus Developed After Bee Venom Therapy

Lupus is a systemic autoimmune disease of an unknown origin, and systemic lupus erythematosus (SLE) can be triggered by numerous stimuli. Bee venom therapy is an alternative therapy that is believed to be effective for various kinds of arthritis. We present here a case of a 49-year-old female who experienced a new onset lupus after undergoing bee venom therapy, and this looked like a case of angioedema. The patient was successfully treated with high dose steroids and antimalarial drugs. We discuss the possibility of bee venom contributing to the development of SLE, and we suggest that such treatment should be avoided in patients with lupus.

Inmunoterapia con veneno de himenópteros: presentación de diez casos clínicos / Immunotherapy against hymenoptera venom: Report of ten patients

Background: Immunotherapy can be used to treat allergic reactions to insect stings, specially bees and wasps. Aim: To report the experience with immunotherapy with aqueous extracts of hymenoptera venoms (bees and wasps). Material and methods: Ten patients aged 6 to 58 years were treated in an allergy center of a University Clinical Hospital. The medical indication for this treatment was, in all patients, anaphylactic reactions after hymenoptera stings. Immunotherapy was carried out using standardized vaccines (Aqueous extracts Venomvac LETI, Spain), applied in a traditional protocol, with subcutaneous injections. This protocol had two phases: a buildup phase (between weeks 1 and 13) and a monthly maintenance phase, from the 13th week. The monthly maintenance dose was 100 fig of hymenoptera specific venom extract. Results: Six patients had adverse reactions of different severity, during the treatment protocols and all had a good response to immediate therapeutic measures. After these events, they followed the protocol without problems. Two patients, treated with bee vaccines, suffered an accidental bee sting during the maintenance phase and they developed only local reactions. Conclusions: The lack of adverse reactions to bee stings in these two patients indicates the acquisition of clinical tolerance.

Picadura masiva de abejas e insuficiencia renal aguda / Acute renal failure after massive bee stings in a boy

Introducción. La picadura masiva de abejas desencadena graves efectos tóxicos por la cantidad de veneno transmitido. Se reporta un caso en un niño mexicano haciendo énfasis en las complicaciones renales. Caso clínico. Escolar masculino de 11 años, del medio rural del estado de Jalisco, que fue picado por más de 1 000 abejas de tipo no especificado. Después de 24 horas presentó disminución en su uresis y retención de azoados, iniciando manejo con diálisis peritoneal aguda por 4 días, mientras que los indicadores de función renal se normalizaron a los 15 días de tratamiento. Conclusiones. En el paciente pediátrico que sufrió picadura masiva de abejas, se deberá mantener vigilancia estrecha de su función renal en las primeras 24 horas y en caso de presentar insuficiencia renal se deberá evaluar el manejo con diálisis peritoneal aguda.

Trauma ocular por himenópteros: relato de casos e revisäo de literatura / Ocular trauma caused by hymenoptera

Os autores apresentam dois casos de trauma ocular em razäo de ferroada de marimbondo, inseto da ordem dos himenópteros, mais frequentemente encontrado nas áreas rurais. As lesöes säo consequentes à açäo de componentes químicos tóxicos presentes no veneno dos insetos, que agem basicamente como alérgenos. Discute-se a fisiopatologia dos componentes do veneno inoculado, que ocasionam lesöes de intensidade variável

Picadura por abejas africanizadas / Africanzed bee venom stings

Las abejas africanizadas ("abejas asesinas") se han caracterizado por su agresividad, que da origen a ataques masivos durante los cuales inyectan a su victima una cantidad importante de veneno. El veneno inyectado contiene sustancias tóxicas capaces de producir, entre otros síndromes clínicos, muerte por insuficiencia renal aguda. En este trabajo se hace revisión de la literatura, asi como un análisis de la presentación clínica y el manejo

Anafilaxis a himenópteros / Anaphylaxis to Hymenoptera

Se describe el síndrome clínico observado en un paciente que había sido picado por una abeja de la especie Polistes major y en otros cuatro casos más, en los cuales no se pudo identificar la especie porque no se la recogió para su reconocimiento. Se menciona la constitución del veneno, la forma como debería ser tratado el paciente en el período agudo del síndrome y como deberían ser inmunizadas preventivamente las personas que se exponen a la picadura del insecto, por razón del trabajo que efectúan, de acuerdo con las recomendaciones del Centro para Enfermedades Alérgicas de Johns Hopkins